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Senador Izalci Lucas diz em entrevista que país precisa investir em ciência e tecnologia como forma de enfrentar crise pandêmica

O senador pelo DF falou aos membros da ABBP onde disse estar trabalhando num projeto que visa planejar o desenvolvimento socioeconômico do DF para os próximos dez anos; ele não descartou a possibilidade de se candidatar a governador nas próximas eleições

Por Cláudio Ulhoa

O programa de entrevista coletiva da Associação dos Blogueiros de Política do Distrito Federal e Entorno (ABBP) recebeu na manhã desta quinta-feira (28), através de videoconferência, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF). Em uma hora de entrevista, o senador falou sobre o momento de pandemia pelo qual o mundo a está passando, e também comentou sobre seus projetos e ações desenvolvidas no Distrito Federal, principalmente na área da educação, segmento no qual o senador acredita ser “o único instrumento de diminuir as desigualdades entre as pessoas”.

Izalci Lucas tem tido um bom trânsito junto ao governo federal, com Jair Bolsonaro, e também com o governo local, junto ao governador Ibaneis Rocha. Exemplo dessa postura foi refletiva no reajuste salarial concedido pelo governo federal – e será pago pelo GDF com o Fundo Constitucional do DF (FCDF) –, aos policiais militares, civis e bombeiros do DF, cuja participação do senador pela aprovação teria sido integral.

Por outro lado, o senador também criticou a falta de execução do GDF na realização de projetos que possa receber recursos da União. Segundo ele, construção de creches, reformas de viadutos, construção de hospitais, são deixada de serem concretizadas muitas vezes porque o governo não faz projeto dentro dos prazos determinados. Izalci citou o exemplo do Hospital Oncológico de Brasíia, que quase perdeu o recurso para construção por falta de recursos.

“Trazendo muito recurso de para o Distrito Federa, inclusive perdendo alguns por falta de execução, infelizmente ainda temos este problema de falta de projeto no Distrito Federal. Estamos cobrando mais as ações do GDF”, disse.

Além disso o senador falou de sua participação na implantação do sistema de sessão virtual do Congresso Nacional e na reformulação do projeto que possibilitou o reajuste de R$ 1,4 bilhão ao FCDF. Mesmo as sessões do Senado sendo remota, Izalci diz que “o trabalho aqui é intenso, é de manhã, de tarde e de noite”.

Repensar o DF

O senador ao ser perguntado sobre o DF respondeu que é preciso “planejar Brasília até 2030”. E isso, segundo ele, já está sendo feito. Durante este período de pandemia mesmo, Izalci lembrou que foi realizado um seminário virtual para discutir assuntos do DF relacionados à saúde, educação, cultura, direitos humanos, mobilidade, lazer e outros. Cerca de 600 pessoa participaram do seminário que tem como objetivo criar políticas públicas de Estado tomando o DF como referência.

Entre as propostas debatidas no seminário, está a implantação de um governo 100% digital, como o já utilizado, segundo o senador, na Estônia, pequeno país no nordeste da Europa, que hoje seria um dos governos mais inovadores do mundo.
“Com reforma administrativa, com a reforma previdenciária, com privatização, Brasília vai ter que buscar outras alternativas para mudar sua matriz econômica. Estamos criando um plano de metas para até 2030, onde nós vamos depois, através da UnB, fazer os projetos, saber quanto seus custos e ver como executá-los”, explicou o senador.

Segundo Izalci Lucas, esse trabalho tem como meta final, dar independência econômica às regiões administrativas do DF.

PSDB

O bom relacionamento com o governo federal permitiu que Izalci Lucas fizesse, nas suas palavras, uma brincadeira com o presidente Jair Bolsonaro. Quando recentemente indagado em um evento em que o presidente estava, sobre a possibilidade do senador vir a ser candidato ao governo do DF nas próximas eleições, disse que aceitaria a proposta caso tivesse a primeira-dama, Michelle Bolsonaro como vice. “Ela é de Ceilândia, faríamos uma boa dupla”, disse.

Mas o senador é do PSDB, partido que aliás, ele fez questão de dizer que está renovado, e os tucanos tem tido uma postura de oposição ao governo federal, a começar pelo governador de São Paulo, João Dória, e pelo ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, ambos em rota de colisão com Bolsonaro.

Depois dos comentários, Izalci disse que ele está trabalhando independentemente da possibilidade de vir a ser candidato ao governo. “Acima de partidos, está o país. Aquilo que é bom a gente vota, o que é ruim, a gente contesta. Fui relator e votei pelo adiamento do Enem [o governo era contra o adiamento]. O que for ruim eu voto contra. Porque será lá na frente que vão aparecer as consequência do nosso trabalho. Por isso, tem que ter planejamento, disposição e vontade de fazer as coisas. Eu acho que a hora é agora, mas depende muito do eleitor, eu estou fazendo o meu trabalho”, posicionou o senador.

Pandemia

Para o senador o Brasil “não será mais o mesmo depois da pandemia”, mesmo que as coisas voltem ao normal. Segundo ele, o mundo exige uma outra forma de posicionamento dos homens e mulheres no que tange à construção de uma nova sociedade, menos desigual e mais justa em direitos. Segundo Izalci Lucas, o mundo analógica, ficou para trás, agora, o momento é o ambiente digital, e tanto as empresas quanto os governos terão que se prepara para isto.

“Mesmo voltando à normalidade daqui a pouco, muitas coisas vão mudar completamente, incluindo a tecnologia. Nós não seremos mais os mesmos. A saída em qualquer crise é através da tecnologia e ciência, com muita pesquisa”, avaliou. Ele também cobrou mais investimento público nas áreas de ciência e tecnologia.

Como exemplo dessa precarização do desenvolvimento cientifico brasileiro, o senador mencionou as escolas públicas do DF, que em sua maioria não tem acesso à internet de banda larga. Ele lembrou ainda que apenas 4% das indústrias brasileiras estão dentro do modelo chamado de 4.0 (digitalização do setor produtivo), enquanto que 90% se encontra dentro do antigo modelo analógico. “Hoje o investimento em ciência e tecnologia não chega a 10% do PIB. Sucateamos a nossa indústria.”

MEC

Por fim, Izalci Lucas falou de sua paixão maior: a educação. O senador disse que a educação, assim como a indústria e o serviço público, precisa entrar no novo mundo digital. “Hoje as crianças não querem saber de escola. Por quê? Porque está muito atrasado, não tem tecnologia nenhuma, as ferramentas tecnológica que existe é precária, o nosso professo ainda é analógico”, lembra.
Segundo ele, o ensino superior tem de ser de responsabilidade dos Estados enquanto que a União deve se preocupar com a educação básica e fundamental.

Ele também criticou a postura de distanciamento da sociedade do DF que a UnB tem tomado. Segundo o senador, é preciso que a universidade, mesmo sendo federal, se aproxime mais da população. “UnB está muito afastada do DF. É preciso aproximar a academia do setor empresaria e do governo para caminharmos juntos”, argumenta.

Neste sentido também ele disse que o momento de retomada das aulas no DF deve ser uma decisão tomada com cuidado e sob muita discussão. Chegou a dizer que o momento ideal de voltar às aulas, será o momento que as autoridades que irão decidir sobre o tema, estiverem seguros, ao ponto de colocar seus próprios filhos e parentes dentro das escolas, por não mais haver possibilidade de contágio da covid-19.

“Quando as autoridades que forem decidir, disserem que também vão colocar seus filhos nas escolas, eu acho que é a hora. Tem que ter muito cuidado muito precaução, a maioria das escolas públicas não tem a condição, nem em tempos normais, imagine numa pandemia dessa. As crianças precisam ter um pouco mais de cuidado, não podemos arriscar e colocar a vida delas em risco”, defendeu o senador.

Fonte Blog do Ulhoa

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