Com influências de figuras como Pablo Marçal e Silas Malafaia, a política brasileira levanta questionamentos sobre a suposta fragmentação da direita. Seria isso apenas uma estratégia da esquerda?

Por Kelly Souza

Desde a ascensão de Bolsonaro, e agora com o empresário Pablo Marçal, a política brasileira passa por transformações significativas. Marçal, com seus 1.719.274 votos nas últimas eleições para a prefeitura de São Paulo, trouxe um discurso disruptivo, orgulhando-se de não ter “padrinho político” e de ser “um erro do sistema”. Ele conseguiu um número expressivo de votos sem nunca ter ocupado um cargo público, o que levanta a reflexão: a política brasileira está mudando?

Com esse novo cenário, surge a discussão sobre a suposta divisão da direita no Brasil. Será que essa divisão realmente existe, ou seria uma construção narrativa da esquerda? É importante relembrar que as definições de direita e esquerda são baseadas em princípios e valores. No entanto, essas características parecem ausentes em algumas das figuras políticas que se dizem parte da direita.

Tomemos como exemplo Silas Malafaia, um pastor que já apoiou diferentes líderes em diversas eleições. Recentemente, ele apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas no passado já esteve ao lado de Geraldo Alckmin, e até apoiou o presidente Lula em outros momentos. Do outro lado, Ricardo Nunes, atual prefeito de São Paulo, enfrentou acusações graves durante as últimas eleições, inclusive envolvendo um boletim de ocorrência registrado por sua esposa, que o acusa de agressão doméstica, um comportamento que não condiz com os princípios conservadores que ele afirma defender.

Esses exemplos levantam uma questão importante: quem realmente está “dividindo” a direita no Brasil? Será que essas figuras estão alinhadas aos valores que dizem representar ou buscam apenas captar votos de eleitores desinformados?

A direita brasileira não é formada apenas por seus governantes. Ela é, acima de tudo, composta pela população que elege seus líderes. Portanto, a ideia de uma “divisão” da direita pode ser apenas uma narrativa criada para fragmentar o eleitorado. Para entender essa questão mais a fundo, talvez seja necessário revisitar a história da Revolução Francesa, que deu origem às definições modernas de direita e esquerda, e refletir sobre em qual lado você realmente está.

Afinal, você acredita que a direita no Brasil está dividida ou isso é apenas um mito político?