Dados do Banco Central e Tesouro Nacional mostram piora nas contas públicas, com déficit de R$ 4 bilhões; leve redução da dívida deve-se ao crescimento do PIB, mas reforma fiscal é urgente

Por Yasmim Borges

O déficit nas contas públicas continua a crescer, como apontam os dados recentes divulgados pelo Banco Central e pelo Tesouro Nacional. Ambos os órgãos, embora com metodologias diferentes, indicam uma deterioração das contas do governo central. Em setembro, o Banco Central relatou um déficit de aproximadamente R$ 4 bilhões, evidenciando o descontrole nas finanças do setor público.

Apesar desse cenário desafiador, a dívida pública registrou um alívio pontual: passou de 78,5% para 78,3% do PIB, contrariando as expectativas do mercado, que projetavam um aumento para 78,9%. No entanto, essa leve redução não decorreu de cortes de gastos, mas sim de um crescimento econômico que diminuiu o impacto relativo da dívida no PIB.

O Banco Central alerta para a necessidade urgente de um pacote fiscal que atenda aos gastos estruturais, com o objetivo de reduzir gradualmente o déficit e estabilizar a dívida pública. Contudo, o Brasil ainda enfrenta o desafio de conter gastos excessivos e de promover uma reforma administrativa robusta. A estrutura pública, muitas vezes inchada e improdutiva, demanda uma reavaliação para focar em investimentos estratégicos e na prestação de serviços de qualidade.

Sem essas mudanças, o Brasil corre o risco de manter um ciclo onde o crescimento é limitado pelo peso da dívida, afetando as gerações futuras e comprometendo o desenvolvimento sustentável do país.