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Para Paulo Octávio, empresário e ex-governador do DF, em razão da pandemia, 2020 será um “ano perdido”

A afirmação foi feita em entrevista coletiva quando ele também afirmou que as Organizações Paulo Octávio devem, nos próximos anos, gerar 10 mil empregos no DF e que, no segundo semestre, será iniciado o processo de construção de um shopping em Planaltina

Por Cláudio Ulhoa

“O Brasil não pode parar”, disse ex-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio, em entrevista coletiva concedida ontem (21) aos membros da Associação dos Blogueiros de Política do Distrito Federal e Entorno (ABBP). O ex-governador falava sobre o momento atual, no qual o mundo enfrenta a pandemia do novo coronavírus. “Momento mais difícil de nossas vidas. A nossa geração nunca viveu um conflito como esse. Nesta guerra precisamos sair vitoriosos, e vamos sair com a união”, definiu Paulo Octávio.

Aos 70 anos, o ex-governador, que também comanda as Organizações Paulo Octávio e é representante no Comitê de Gestão do Grupo de Líderes Empresarais (Lide), disse que tem tentado, enquanto cidadão e empresário, se manter como um “soldado” na campanha de combate e prevenção à covid-19. Ele também lembrou que é preciso construir um pacto entre sociedade civil organizada e poder público para a população não sofra ainda mais com os efeitos da crise provocada pela pandemia.

“Eu acho que a participação dos pequenos, médios e grandes empresários, àqueles que puderem ajudar,precisam dar as mãos, porque senão, daqui a pouco, o governo não arrecada, não consegue comprar máscaras, não consegue dar a eficiência nos hospitais que estão sendo criados.Então, é muito importante a participação do setor produtivo nesse momento tão difícil”, avalia.

Na prática

A proposta feita por Paulo Octávio está sendo coloca em prática pelas Organizações Paulo Octávio, que já teria antecipado o pagamento de impostos relacionados ao poder público, como IPTU, para contribuir para o fortalecimento dos cofres públicos. “Nós temos que ajudar, estar ao lado dos governantes, orientado, contribuindo, pagando os impostos, fazendo tudo que for necessário, tentando manter os empregos”, diz o ex-governador.

De acordo com ele, as Organizações geram hoje, no DF, cerca de cinco mil empregos, e a expectativa e de que esse número chegue a dez mil nos próximos anos. Para Paulo Octávio, o setor produtivo tem responsabilidade junto à sociedade que exigem dele uma postura não só comercial e empresarial, mas também cidadã. “O número de desempregado em Brasília só vai aumentar. É o momento do setor produtivo fazer alguma coisa.Nós [empresários] temos que injetar dinheiro na economia. O setor produtivo tem agora que ficar atento e ajudar”, afirma.

Um exemplo dessa postura publicitada pelo ex-governador foi a parceria entre a Organização Paulo Octávio e o Governo do DF (GDF) que permitiu abrigar no Hotel Brasília Palace, pessoas de baixa renda, com idade acima de 60 anos, e que, portanto, fazem parte do grupo risco à covid-19.

Construção civil

Em contrapartida, o poder público precisa fazer sua parte através da geração de políticas públicas que incentive o desenvolvimento econômico local. É assim que definiu Paulo Octávio ao ressaltar que a iniciativa já ventilada pelo governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), de retomar o crescimento econômico por meio da construção civil, setor em que as Organizações Paulo Octávio atuam há 45 anos. Para isso, ele pediu “agilidade do governo na geração de projetos” que fomentem a construção civil.

O ex-governador disse ainda que, além das grandes obras de infraestrutura no DF, é preciso também haver obras de no segmento de habitação, já que a capital possui um déficit habitacional em razão do crescimento da população, que segundo ele, cresce 1% ao ano.

Ainda sobre a construção civil, ele garantiu que as Organizações Paulo Octávio pretende criar até julho cerca de mil empregos. Ele também ressaltou que para o segundo semestre, deve começar a sair do papel a construção de empreendimentos em Águas Claras, Planaltina e Asa Norte, com expectativa de geração de 10 mil postos de trabalho.

Em Planaltina, conforme ele ressaltou com exclusividade à nossa reportagem, deverá ser construído o um shopping center, cuja edificação está prevista para começar no início do agosto. “Eu tenho esse compromisso com Planaltina, tenho esse compromisso com o governo, quero fazer, quero investir, agora, é só questões legais de aprovação de projetos. Vamos ver se lançamos essa pedra fundamental em breve”, garantiu.

Política

O ex-governador comentou sobre sua vida pública, enquanto político, e disse que no momento vê de forma positiva a postura de seu filho caçula, que é bisneto do ex-presidente Juscelino Kubitschek, André Octavio Kubitschek, que, nas palavras de Paulo Octávio está tentado seguir seu “caminho próprio”. Assim como o pai, André é filiado ao Partido Progressista (PP). Sobre a sua atuação na política, Paulo Octávio disse que tem “vontade de voltar”, já que teria feito “muito por Brasília” e porque “amo essa cidade”.

Em outro ponto, ele também comentou sobre o contexto político local. Disse que o governo federal está agindo de forma errônea, ao não centralizar o comando da prevenção e combate à pandemia no Ministério da Saúde (MS), deixando a população confusa, sem saber de deve ou não, por exemplo, seguir o isolamento social, uma vez que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é contra o isolamento rigoroso e o MS é a favor. “Tem atrapalhado, nós tínhamos que ter apenas uma pessoa falando, que seria o ministro da Saúde”, disse.

Em relação à postura do governador Ibaneis, Paulo Octávio elogiou e disse que da forma com o governador tem tratado a situação da pandemia e do isolamento social, tem sido “correta”. Ele também reclamou da interferência do poder Judiciário nas questões do Executivo.

“Muitas vezes parece que o judiciário é que está governando o país. É preciso tersintonia entre os Poderes e respeitar a Constituição. O Congresso Nacional tem perdido espaço, perdeu força, todas as decisões acabam sendo feitas pelo Supremo (STF)”, observou o ex-governador.

Recuperação

Estimativas, como a do grupo de investimento XP, acham que o Produto Interno Bruto (PIB) deve cair a -7%. Paulo Octávio, durante a entrevista, disse que a retração pode causar uma queda de 8% no PIB, e no DF, a queda deve ser de 6%. Para ele, 2020 é um “ano perdido” e a recuperação, mesmo lenta, só deve começar a partir do segundo semestre.

Paulo Octávio elogiou como “correta” a postura do governador Ibaneis Rocha no enfrentamento da pandemia de covid-19

“Agora para recuperar, tendo em vista que todo mundo teve que encerrar as atividades, vai ser difícil. Este ano vai ser difícil. Eu sinto que muito empresário está esmorecendo”, disse. Mas com sua experiência profissional, Paulo Octávio afirmou que não é momento de “abaixar a cabeça”.

“Não é momento de o empresário entrar na toca, é momento de levantar a cabeça. Todos vão perder, todos os setores, mas vamos conseguir recuperar com a colaboração de todos.”

Fonte Blog do Ulhoa

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