Erro em exames de laboratório permitiu que órgãos contaminados fossem transplantados, resultando em seis casos de HIV

Por Kelly Souza

Seis pessoas no Rio de Janeiro testaram positivo para HIV após receberem órgãos transplantados, levantando questões graves sobre o sistema de transplantes estadual. O Ministério da Saúde determinou uma auditoria e a Secretaria Estadual de Saúde, com apoio da polícia, está investigando as circunstâncias que permitiram a contaminação dos pacientes.

Segundo informações iniciais, os erros ocorreram em exames realizados por um laboratório contratado em 2023, responsável por testar a qualidade dos órgãos doados. Um dos pacientes apresentou problemas de saúde após o procedimento, e testes confirmaram a infecção por HIV, inexistente antes do transplante. A denúncia levou à descoberta de falhas no laboratório, localizado em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que está sendo investigado por suspeita de vínculos com um deputado federal.

O programa de transplantes do Rio de Janeiro, criado em 2006, já beneficiou mais de 16 mil pessoas. Contudo, a gravidade dos recentes acontecimentos gera preocupação. O médico Carlos Alexandre Oliveira defendeu que, apesar dos erros, o programa é um sucesso e não deve desestimular a doação de órgãos, um ato de solidariedade vital para muitos pacientes.

A ministra da Saúde, Nízia Trindade, considerou a situação inadmissível e afirmou que o caso está sendo tratado com máxima seriedade para garantir a confiança no sistema de transplantes e apoiar os afetados.

As investigações continuam e novos casos ainda podem surgir.